sábado, 21 de julho de 2012

Testagem psicogenética



Tendo por objetivo avaliar o nível psicogenético das crianças,  realizei uma testagem das hipóteses de escrita delas nos dias 02/05/2012 e 16/05/2012

Baseado nos estudos de Ferreiro e Teberosky (1991) procurei entender como cada criança individualmente encarava sua hipótese de escrita e observar como cada uma enfrentava e refletia sobre seus conflitos ao escrever.
Seguindo orientações do livro Psicogênese da Língua Escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, propus uma sequência de palavras de um mesmo tema, sendo uma polissílaba, uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba e uma frase. 
Em primeiro lugar, solicitei que as crianças escrevessem seu nome na parte superior da folha, para identificar quem estava escrevendo e para que o aluno tivesse uma referencia de letras para escrever e se sentir mais seguro.
As palavras escolhidas para a sondagem foram: centopeia, formiga, gato, abelha e rã. E a frase foi: A formiga mora no jardim.
A palavra ‘gato’ foi escolhida, pois queria observar se as crianças relacionariam a escrita de uma palavra que eu já havia presenciado a sua escrita em aula várias vezes, se eles utilizariam a escrita memorizada ou não.
Como resultado da sondagem, observei que das 25 crianças da turma encontram-se na seguinte situação:
a)   Quatro estão pré-silábicos, mas já identificam que palavras são escritas com letras e não com símbolos, utilizam principalmente as letras do seu nome, não associando as letras ao som e utilizando muitas letras ao escrever.
b)  Oito estão silábicas, onde uma letra correspondente à sílaba falada.
c)   Uma está silábico-alfabética, pois ora escreve atribuindo uma letra a cada sílaba, ora representa os fonemas.
d)  Nove estão alfabéticas iniciais, pois já compreenderam o sistema de escrita, entendendo que cada uma das letras corresponde a um valor sonoro menor que a sílaba, faltando agora dominar as convenções ortográficas.
e)   Três não realizaram a testagem;
Observei que treze crianças escreveram a palavra ‘gato’ corretamente, sendo que dois eram silábicos. Percebi que a palavra foi memorizada, por pelo menos dois alunos.
Onde o conflito foi mais presente foi durante a escrita da palavra ‘rã’. Constantemente questionavam que ‘rã’ não pode ser escrita somente com duas letras. Alguns escreveram ‘ran’, outras ‘rua’, ‘ria’, somente um aluno escreveu corretamente, porém sem o til.
A experiência de sondagem foi muito produtiva, é fascinante poder aplicar um conhecimento teórico na prática. Observar e refletir a partir de uma pesquisa, comparar dados e constatações, dedicar-se com carinho a auxiliar as crianças a enfrentarem seus conflitos e preparar e propor atividades que as ajudem a ultrapassar suas dificuldades.

    
                                      






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