Tendo por
objetivo avaliar o nível psicogenético das crianças, realizei uma testagem das hipóteses de
escrita delas nos dias 02/05/2012 e 16/05/2012
Baseado
nos estudos de Ferreiro e Teberosky (1991) procurei entender como cada criança
individualmente encarava sua hipótese de escrita e observar como cada uma
enfrentava e refletia sobre seus conflitos ao escrever.
Seguindo
orientações do livro Psicogênese da Língua Escrita, de Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, propus uma sequência de palavras de um mesmo tema, sendo uma
polissílaba, uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba e uma frase.
Em
primeiro lugar, solicitei que as crianças escrevessem seu nome na parte
superior da folha, para identificar quem estava escrevendo e para que o aluno
tivesse uma referencia de letras para escrever e se sentir mais seguro.
As
palavras escolhidas para a sondagem foram: centopeia, formiga, gato, abelha e
rã. E a frase foi: A formiga mora no jardim.
A palavra
‘gato’ foi escolhida, pois queria observar se as crianças relacionariam a
escrita de uma palavra que eu já havia presenciado a sua escrita em aula várias
vezes, se eles utilizariam a escrita memorizada ou não.
Como
resultado da sondagem, observei que das 25 crianças da turma encontram-se na
seguinte situação:
a)
Quatro estão pré-silábicos, mas já identificam que
palavras são escritas com letras e não com símbolos, utilizam principalmente as
letras do seu nome, não associando as letras ao som e utilizando muitas letras
ao escrever.
b) Oito
estão silábicas, onde uma letra correspondente à sílaba falada.
c)
Uma está silábico-alfabética, pois ora escreve
atribuindo uma letra a cada sílaba, ora representa os fonemas.
d) Nove
estão alfabéticas iniciais, pois já compreenderam o sistema de escrita,
entendendo que cada uma das letras corresponde a um valor sonoro menor que a
sílaba, faltando agora dominar as convenções ortográficas.
e)
Três não realizaram a testagem;
Observei
que treze crianças escreveram a palavra ‘gato’ corretamente, sendo que dois
eram silábicos. Percebi que a palavra foi memorizada, por pelo menos dois
alunos.
Onde o
conflito foi mais presente foi durante a escrita da palavra ‘rã’.
Constantemente questionavam que ‘rã’ não pode ser escrita somente com duas
letras. Alguns escreveram ‘ran’, outras ‘rua’, ‘ria’, somente um aluno escreveu
corretamente, porém sem o til.
A
experiência de sondagem foi muito produtiva, é fascinante poder aplicar um
conhecimento teórico na prática. Observar e refletir a partir de uma pesquisa,
comparar dados e constatações, dedicar-se com carinho a auxiliar as crianças a
enfrentarem seus conflitos e preparar e propor atividades que as ajudem a
ultrapassar suas dificuldades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário